A quarentena-parte 2

Não sabia que levaria tão a sério.

Peguei a toalha de praia, aquelas com motivos marinhos, que não uso há mais de vinte anos, dois pacotes de feijão e uma faixa, uma gaze de pano, que encontrei na última faxina, guardada em alguma caixa.

Fui para a área, e ali seria meu lugar de fazer a aula de Pilates.

Deitei na toalha.

Nunca tinha visto o céu, as folhagens por aquele ângulo.

As pilastras, com a madeira do telhado, tudo me parecia novidade.

Começou a esfriar.

Depois com o vento mais gelado, procurei um lugar dentro de casa.

As estantes e móveis ocupando quase todas as paredes, vi que não seria fácil fazer exercícios dentro de casa.

Porém encontrei um canto, no quarto onde minha sogra dorme, quando fica em casa.

E deitada no chão, comecei os exercícios.

Meu olhar volta-se para embaixo da cama, e vejo teias de pó esvoaçantes.

-Não poderia ter escolhido outro lugar?