Crônicas do Cotidiano - Fumar ou não fumar: rose tayra
- cafe & outras palavras
- 12 de set. de 2019
- 2 min de leitura

Mesa com amigos, conversa solta e agora o assunto é sobre a possível legalização da maconha.
Um tempo atrás, não muito distante, a questão era o cigarro.
Fumar ou não fumar.
Quase que institucionalizado e "obrigatório" para ser pertencente ao convívio social.
Contou-me certa vez um cliente, que nos seus mais de 70 anos vividos, fumava desde os sete, estudava em colégio de "padre" e fora coagido a fumar pelos então colegas do internato.
E nunca mais conseguiu largar.
Lembro-me também do meu primeiro emprego, auxiliar de fotógrafo, que incluía também fazer o "serviço de banco".
Este, para mim era a parte mais custosa do trabalho, pois, naquela época, meados dos anos 80, fumar dentro de locais fechados, ainda era permitido e juntamente com o ar condicionado, o cheiro, quase que palpável impregnava nas roupas e principalmente nos cabelos.
Porém, o cigarro, trouxe-me também outras lembranças...
Com o papel que vinha embalado os maços de cigarro, que na minha memória eram branco e vermelho com as pontas prateadas, nosso tio fazia dobraduras; logo o papel se transformava em guirlandas e em seguida colocávamos na cabeça e se tornava nossa valiosíssima coroa.
Bem mais tarde, já adulta, eu trabalhava em repartição pública, meu cunhado, na época noivo de minha irmã, tinha uma padaria.
Minha irmã, funcionária de banco, tinha um importante evento, e desejava muito que ele a acompanhasse; sabendo da carga horária apertada do meu cunhado, destemidamente dispus-me a ficar em seu horário, para que juntos pudessem ir.
Cheguei com uns minutos de antecedência, ele me passou o que considerava ser o mais "dificultoso" do serviço.
As posições das mesas, já que as marcações eram feitas no caixa e os preços dos cigarros. Um universo a parte... Com marcas, letras e preços diferenciados.
Localizada à beira de uma avenida que vai dar na rodovia dos imigrantes, tinha muita rotatividade e movimento.
E um simples detalhe, que eu desconhecia, ele não previu.
Os "fregueses" compravam o cigarro e pediam o isqueiro emprestado.
No alto da minha responsabilidade, não deveria emprestar algo que não fosse meu, então, quando pediam o isqueiro emprestado, eu mesmo, num “gesto cavalheirístico", acendia o cigarro para eles.
Quando meu cunhado chegou, falei sobre esse detalhe;
Ele não se contendo diz:
- Mestra, é por isso que estava aquela fila?
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