crônicas do cotidiano -tratado sobre a beleza: rose tayra
- cafe & outras palavras
- 11 de set. de 2019
- 1 min de leitura

Ontem a atendente falou para um cliente:
- Nossa você fica tão diferente sem o chapéu!
Repetiu seguidamente umas três vezes essa mesma frase.
Pareceu-me que havia se decepcionado com a "nova" imagem.
Ele brincou...
- Você até achou que minha mulher estava com outro, né?!
Depois que ele saiu, falei para ela, que quando ele era mais jovem, tinha cabelos e era bem bonito.
Hoje, no café da manhã conversando com o Marcelo, sobre o ocorrido, lembramo-nos de algumas frases que clientes nos falam a respeito passagem do tempo; frases como esta:
"O tempo é uma fábrica de fazer monstros, cresce o nariz as orelhas."
Marcelo, disse não concordar, e que de certa forma o tempo, fazia justiça.
- Vingança! - falei antes de ouvir todo o seu raciocínio...
E ele continuou, dizendo que para algumas, o tempo até ajudava e citou Caetano Veloso.
E discorreu...
Muitas pessoas podem ficar refém da beleza, chegando a acreditar nessa plasticidade, e quando o tempo a derrete, são reveladas o que realmente são. Outras também, blindadas por ela, não conseguem ser verdadeiramente vistas.
E o tempo traz essa justiça.
Contou-me que quando era pequeno, sentia-se feio.
Percebeu que quando fazia um bom trabalho, as pessoas o elogiavam dizendo que era inteligente, e isso lhe trazia retorno emocional; e também o incentivava a cada vez mais e mais a ter boas notas.
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