top of page

"Mulher na barbearia": rose tayra

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 15 de set. de 2020
  • 1 min de leitura


Uns vinte e poucos anos atrás, estava com horário livre, e passava pela Rua do Comércio, no centro de Santos.

Na porta do estabelecimento, moça com avental branco, fumava, o que era bem natural para essa época.

Perguntei-lhe se estava com horário vago.

Ela titubeou por um momento, porém logo em seguida se dispôs a me atender.

Era a primeira vez que entrava no estabelecimento, já havia passado várias vezes em frente.

Os senhores clientes, os senhores barbeiros, a mobília... Um universo todo próprio.

Separado por uma divisória ficava o local da "manucuri”.

Percebi já de início que era um lugar diferenciado, tinha uma velada nobreza no atendimento.

Sentei-me numa cadeira confortável, daquelas de barbearia antiga, que só tinha visto em filmes.

Para dar polimento final nas unhas, ela usou pó de porcelana.

Todo esse ambiente, fizeram-me sentir num spa.

Depois mais a vontade, conversando com a profissional, ela, esclareceu-me que o local era voltado para público masculino, lembro-me da frase que ainda hoje, em mim ressoa.: "homem não gosta de sentir dor"...

O preço do serviço ficou três vezes o valor que eu costumava pagar, e também já era incluso uma caixinha compulsória.

O valor tornara-se irrisório diante da experiência e da satisfação.







O título em homenagem a Alice Bispo.

Comments


©2019 by CAFÉ E OUTRAS PALAVRAS. Proudly created with Wix.com

bottom of page