O "Banho da Dorotéia" que não vimos: rose tayra
- Cafe e outras Palavras
- 24 de fev. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de fev. de 2020

Era final dos anos 70.
Luciene e eu, duas pré-adolescentes na ânsia de descobrir o que havia por trás do muro imaginário do bairro, combinamos fazer um passeio.
Iríamos no "Banho da Doroteia”.
Era a primeira vez que sairíamos sozinhas, pegaríamos ônibus para um lugar mais longe.
Na verdade, longe ficara a sensação, pois o local ficava na mesma cidade.
Como nossas famílias já se conheciam do bairro, não tivemos dificuldades para receber a autorização.
Era um domingo a tarde; Depois de vinte minutos caminhando, chegamos ao ponto de ônibus; o primeiro que passasse e tivesse na placa frontal, o itinerário ’Praia”, nós pegaríamos.
E assim o fizemos.
Sem combinarmos, tínhamos colocado nossa melhor roupa, a que tínhamos usado no dia de Ano Novo.
Ela usava um vestido vermelho com pequenas bolinhas pretas e eu estava com um amarelo de bolinhas coloridas e as sandálias nós com mesma cor dos vestidos.
Estávamos orgulhosas de nós, sozinhas, naquele ônibus.
Chegou na avenida da praia e descemos.
Hummm...
Aquele cheiro, aquele vento no rosto, um sabor de liberdade nos invadia a alma.
Caminhamos por um longo tempo, sem ver sinal algum do evento.
Passávamos pelas pessoas, curtindo a praia, até que, encontramos uma pessoa conhecida, que nos informou a direção do evento, ainda estávamos bem longe.
Continuamos caminhando mais um pouco e nada; as sandálias já na mão e nenhum sinal do evento.
Exauridas paramos; tínhamos que calcular o tempo do trajeto de volta para casa, pois já estava ficando tarde.
Decepcionadas, resolvemos voltar sem ter chegado ao evento.
Com o tempo, pudemos entender o que havia acontecido.
Sabíamos que o evento culminaria na praia, até para fazer jus ao nome Banho da Dorotéia.
Como morávamos no sopé do morro, deduzimos que toda direção oposta daria na praia, só não contabilizamos a extensão da orla.
O circular que pegamos, era o n.14 ,amarelinho; ele desceu o canal 1 a avenida Pinheiro Machado e o evento ficava no lado oposto , na Ponta da Praia.
Não faz mal, o ano inteiro pular carnaval!
Hehehe
Quando saímos pela primeira vez sozinhos nos achamos "os adultos". Mas a verdade é que quanto mais vivemos, mais descobrimos, que temos o que aprender,
Por motivos de falhas no blog estou aqui publicando o comentário de Magno Oliveira
valeu pela aventura...
Esse Velho Ranzinza que vos escreve, em priscas eras já desfilou no Bloco do Segura no Bagre...
Há fotos que comprovam que já fui jovem...