O frango: rose tayra
- Cafe e outras Palavras
- 1 de mar. de 2020
- 1 min de leitura
Dias de Shangri-lá:

Fomos à casa de dona Marialva.
Uma casa bonita, com fachada feita de ladrilhos e na parte dos fundos, ela criava matava e vendia frangos já limpos.
Era a nossa avícola.
Para chegarmos lá, fazia parte do caminho, um estabelecimento, que era uma junção de bar, quitanda, e também um miniclube, onde os senhores do bairro se juntavam para jogar dominó.
Aliás, até novena se rezavam ali.
Lembro-me de uma, em que uma senhora já idosa, fazia a leitura do folheto e na palavra círculo ela pronunciou ceroula.
Dá pra imaginar o constrangimento de todos...
Mas enfim, esse local era bem familiar, porém, aos fins de semana, a concentração de homens ficava bem maior que em outros dias, não sendo ,digamos, confortável, para meninas frequentarem nesses dias.
Foi num sábado, uma amiga e eu fomos buscar o frango já encomendado.
Ao voltarmos tocava nesse local uma música estrangeira que achávamos muito bonita, com o volume alto, com aquela reverberação de dar eco, ficara ainda mais envolvente... e não resistimos.
Paramos em frente ao estabelecimento.
Tive uma ideia, tire o calçado, simulei coçar a sola do pé, para assim podermos ouvir a música por mais um tempinho.
Mas essa ideia, não foi muito boa para minha amiga.
Ela ficou segurando o pacote com o frango, naquela época, era usual usar jornal como embalagem.
O jornal molhou, se abriu e o frango...
...escorregou.
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