Pé de abobrinha-2: rose tayra
- Cafe e outras Palavras
- 17 de mar. de 2020
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Ontem, já era tarde, quando cheguei em casa.
O rapaz viera fazer a limpeza no quintal, como combinado.
Ele já havia recebido as instruções antecipadamente:
- Não cortar o pé de abóbora, deixar o registro de água amostra e retirar os galhos das primaveras que estavam forçando o telhado.
Hoje, logo cedo, fui ver o quintal.
A grama estava aparada.
O pé de abóbora, com as ramas deslocadas, demonstraram que o rapaz dispendeu muito cuidado; imaginei que cortaria a grama somente em seu entorno.
Mais tarde, fui ao buraco onde jogo as cascas dos legumes, e ao chegar perto, percebo que o caule, próximo da raiz estava partido.
Um grande vazio instalou-se dentro de mim.
A paralisia, só foi quebrada, quando me invadiu uma esperança, a mesma que tive, quando não deixei que as cortassem, mesmo com a promessa de que não daria frutos.
No mesmo baldinho, em que levei as cascas dos legumes, enchi de água, passei papel filme, abri um orifício e coloquei o caule.
Se a esperança é a última que morre, de sede ela não irá morrer.
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