Pé de abobrinha-parte 3: rose tayra
- Cafe e outras Palavras
- 8 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
Senhora do Tempo

Depois que a rama principal do pé de abobrinha foi cortada, coloquei-a num baldinho com água e de modo religioso, tenho trocado diariamente.
Pode ser por outros vários motivos, o fato é que ela sobreviveu.
Agachada, contemplava os novos brotos, procurando com o olhar as pequenas abobrinhas recém-nascidas.
Com suas cores rajadas, camufladas entre as folhagens e a grama, pareciam brincar de "Onde está o Wally?”.
Inesperadamente fui envolvida, por um aroma, que chegou a emocionar-me.
Talvez, pela altura em que me encontrava, sentia um cheiro de mato fresco e este, remetia-me à tempos de criança.
Extasiada levantei-me.
Gostei do que havia sentido.
Agora, agachava-me, para novamente ir de encontro à mesma sensação.
Minha criança interna brincava de dominar do tempo.
Tanta gente escreve "escreve abobrinhas" e você as escreve e descreve com tal poesia...
Mantenha-se sempre fiel à poesia do cotidiano assim.
R. Fedler