Resiliência: vladimir madeira

O que pode levar um adulto (?) a insistir por bem mais de 30 anos num sonho.

Sendo que esse sonho, no caso o teatro infantil, sabidamente não o levará a nada. Esse personagem conhecido de alguns leitores é um verdadeiro mistério e, apesar de seu antigo professor de lógica ter certa vez lhe dito uma coisa lógica. Fato é que ele não entende nada do assunto.

São tantos nomes, pseudônimos e nomes artísticos no decorrer dessa longa estrada da vida e, por que não dizer das dúvidas, que ousarei chama-lo apenas de Zé.

Entre outras coisas ele demitiu-se do serviço público para correr atrás de seu sonho; foi morar com um português homossexual; disputou o amor de uma herdeira com seu (dele) melhor amigo; abandonou sua cidade, seus amores, profissão e seus estudos para entregar-se de corpo e alma a uma ilusão sem nenhuma perspectiva de futuro.

Pois lamento informar-lhes que nosso herói, além de analfabetismo funcional não possui o menor talento para artes cênicas, bem como para qualquer outra atividade.

Posso parecer muito crítico, mas seu melhor amigo (dele) o criticou muito mais. Para continuar essa empolgante saga preciso consultar minha memória e no momento só consigo pensar em Lilian Vaz, uma mulher de peito, sobre a qual discorrerei mais adiante.