top of page

Terça de Carnaval: rose tayra

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 26 de fev. de 2020
  • 2 min de leitura

Naquele ano, Catarina nossa vizinha, reuniu algumas meninas para formar um grupo de carnaval.

O nosso bairro, Saboó, era privilegiado nesse quesito Carnaval, pois tínhamos o Clube Bandeirantes e também era montado o tablado da prefeitura, com direito a visita das realezas, o rei momo e a rainha do carnaval.

Os sambistas que tocavam, eram também formados por pessoas que ali moravam.

Seu Sílvio, que trabalhava na prefeitura, com seu filho e sobrinhos, foram anos mais tarde, responsáveis pela bateria da escola de samba Unidos da Zona Noroeste.

Nossa fantasia foi inspirada na personagem “Sininho”, a fadinha.

De cor lilás, com algumas pequenas estampas, formada por um bustiê feito todo com lastec e a saia com recortes pontiagudos e em cada ponta chacoalhava um pequeno guizo.

Semanas antes, Catarina levou-nos em uma casa especializada no centro da cidade, para comprar-nos o tecido e os demais apetrechos para nossa fantasia.

Até hoje ainda, consigo sentir o cheiro das peças do tecido da loja.

O que ficou na memória também foi o cafezinho, que a loja oferecia, e Catarina pediu para adicionar um pouco de água fria...

Chegado o Carnaval, brincamos todas as matinês.

Na terça feira, dona Carmem, mãe de Catarina, e avó de algumas meninas integrantes do grupo, combinou de levar-nos para comer pizza, para fechar o carnaval.

Fomos em um restaurante na Praça dos Andradas.

Antecedendo o passeio, somada às recomendações naturais, veio em nós uma sutil sensação de temor, só de pensar na possibilidade de passarmos da meia-noite e virar a “Quarta - feira de cinzas.”

Acreditávamos que poderia nascer rabo e outras coisas mais, que nem suportávamos imaginar.

E era a primeira vez, também, que juntas sairíamos para um local social.

Já no restaurante, toda essa energia contida e represada explodiu, quando uma das meninas foi espetar uma azeitona com o garfo e ela pulou do prato e rolou pelo chão.

A nossa espontaneidade veio à tona.

1 Comment


Cafe e outras Palavras
Cafe e outras Palavras
Feb 26, 2020

Bons tempos em que ainda tínhamos respeito por alguma coisa, e medo dessa coisa...

Ok, nos envelhecemos, mas quando foi que mudamos de planeta?

Like

©2019 by CAFÉ E OUTRAS PALAVRAS. Proudly created with Wix.com

bottom of page