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Tudo é uma questão de escolha: alexandre costa

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 21 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Uma frase que corre pela internet diz o seguinte: “Você chega em casa e sabe que está completamente sozinho, então você decide se isso é solidão ou liberdade”.

Ou seja, a solidão é mais uma questão de foro íntimo do que uma decisão social. Eu explico. Pode-se estar só mesmo na multidão. Você decide como trabalhar dentro de você essa escolha, partindo do princípio [é claro] que foi você quem escolheu estar só.

Mas, mesmo quando não há escolha [veja só], você ainda pode escolher a melhor maneira de lidar com isso e ser feliz com ela.

Talvez você não viva sozinho hoje [e sozinho é um termo tão vasto e genérico, que você pode decidir se se encaixa nesse contexto ou não], mas vamos continuar nosso raciocínio assim mesmo. Eu te pergunto: de zero a dez, em qual o grau de solidão você se encontra?

Experiência própria [vivo sozinho socialmente hoje], já foi dez. No entanto, depois de três dias de profunda solidão, onde chorar foi uma rotina, passei por eles e hoje estou no grau seis.

Seis porque ainda me falta mais companhia. Longe da família que mora em outra cidade, longe de amigos que, também moram em outra cidade, de um amor pra chamar de seu, só com a rotina do trabalho-casa-trabalho. Esta situação não se perpetuará, mas faz a gente rever muitas coisas na vida [a saber], pensamentos passados e futuros são constantes e se confundem com o presente. Mas graças a um espírito que habita esta matéria mortal, passei pela pior parte e agora, adaptado, sofro muito menos.

É claro que existem aqueles que se dão muito melhor e outros que são pura vocação para a solidão. Não é o meu caso [assim, cada um vive sua própria solidão absolutamente só].

Pra colocar melhor essa frase, digo que somos pura solidão, porque nascemos sem uma identidade individual, até que tomamos consciência de que somos uma pessoa, e morremos mais sozinhos ainda, porque partimos sem levar nada, até que tomemos consciência de que somos uma lembrança e não uma evidência para os outros que ficaram.

O material se mistura com o espiritual, o social se mistura com o mental, tentam se encaixar e formar um belo casal, mas nem tudo é dez ou zero, e assim, aprendemos de dentro pra fora a dominar a arte da vida [ou não]!

Esta crônica foi feita sob um questionamento do meu amigo editor Roberto Prado sobre como eu me sinto vivendo sozinho em um hostel.

2 Comments


Cafe e outras Palavras
Cafe e outras Palavras
Jul 22, 2020

Realmente, o senhor está muito bom.

(poupo os leitores* (?) dos palavrões ao elogiar vosso texto.)


* a quem estou enganando?

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Cafe e outras Palavras
Cafe e outras Palavras
Jul 21, 2020

Nossa...

Esse texto é realmente muito bom. Gostei de uma parte em específico:

"Pra colocar melhor essa frase, digo que somos pura solidão, porque nascemos sem uma identidade individual, até que tomamos consciência de que somos uma pessoa, e morremos mais sozinhos ainda, porque partimos sem levar nada, até que tomemos consciência de que somos uma lembrança e não uma evidência para os outros que ficaram

"Ficou muito bem escrita, gostei mesmo... ❤


Alice Bispo

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