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Uma experiência gota a gota: alexandre costa

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 28 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Semana passada, tive de ir ao Banco em São Paulo. Estava lá para resolver um problema na chave de acesso para o aplicativo. O funcionário me avisou que só poderia me atender em uma hora. Não tive escolha e saí para dar uma volta ao invés de ficar em pé na recepção por todo aquele tempo. Em frente ao Banco que ficava exatamente em um cruzamento, parei. Pensava no que fazer com aquela hora inteira perdida em São Paulo, [pois quase tudo está fechado por conta da pandemia]. Eu disse quase tudo, porque me deparei, lá do outro lado, com uma entrada pequena e convidativa, com uma placa onde se lia: “Da roça, sô!” Era um café estilo mineiro. Não pensei duas vezes e decidi que seria ali que perderia [mas ganhei] uma hora à espera de ser atendido no Banco.

Logo na entrada, a decoração levava a gente para um lugar bem simples e característico do interior de minas. As mesas e cadeiras de madeira rústica eram um convite para sentar e esquecer-se de tudo lá fora, os abajures pendurados sobre elas eram bules coloridos sem fundo, onde uma luz direta iluminava palidamente cada uma delas, prateleiras também de madeira, tinham expostos produtos mineiros, folhas secas de café, trigo e outras referências magníficas estavam penduradas nas paredes de um modo displicente, [mas perfeitamente]!

No teto, uma segunda iluminação combinava com as das mesas e transformava todo o local numa espécie de fazenda [uma verdadeira roça]! Não é preciso dizer que ao entrar ali você esquece-se do mundo do lado de fora, e foi o que eu fiz.

Fui atendido por uma garçonete muito simpática com sotaque chileno [estranho né?, mas não atrapalha a experiência] que me perguntou se meu café seria expresso ou coado. Respondi que seria coado.

E a sensação de se sentir na roça não termina aí, ao contrário, ela se estende para o serviço também. Assim, a garçonete coloca em sua mesa um suporte com um pequenino coador para um único café [isso é especial e totalmente exclusivo], dá pra se sentir assim, eu te garanto. Traz também uma rosquinha com canela, dentro de uma miniatura de taxo para fritar e sai, deixando o café coando, ali, só pra você, para que sinta o aroma penetrando dentro de suas memórias afetivas e sonhos futuros [que, não há como negar que o desejo é estar na roça naquele instante].

O tempo passa e é como [se ele não passasse] e você mergulha numa verdadeira experiência sensorial. Nota dez para o lugar, nota dez para o serviço, nota dez para a experiência de sair do café automático sem experiência das cafeterias comerciais e abarrotadas de gente, porque o lugar é pequeno de propósito, para que você se sinta acolhido.

No caixa, a decoração continua perfeita e o atendimento também. Agradeci a garçonete, elogiei o lugar e o serviço prestado por ela e prometi que voltaria com um amigo para repetir esse jeito ‘da roça’ de tomar um cafezinho, repetindo aquela experiência gota a gota até o final!



Texto & imagem: alexandre costa

1 Comment


Cafe e outras Palavras
Cafe e outras Palavras
Jul 28, 2020

Não tem preço ser bem acolhido, bem atendido e com uma baita experiência num café que faça se sentir bem.

José Roberto dos Santos Jr.

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