A 15 dias do acampamento: vladimir madeira

INTRODUÇÃO:

1. VLADIMIR: Eu mesmo, um trouxa que se achava esperto tal e qual os outros dois personagens, todos adeptos da (in)falível lei de Gerson. Mas, deixemos de picuinhas e vamos ao que interessa.

2. ROBERTO: Prado era um magricela que se achava, como se diz hoje em dia. Mas prefiro deixar que o mesmo descreva-se. Sempre lembrando que vivíamos os meados dos anos 1980, era da chamada transição democrática no Brasil

3. LUIZ, ROBERTO e VLADIMIR: Três jovens - pelo menos eram à época – que em meados dos anos 80 resolveram passar o carnaval em Boiçucanga na casa do pai da Jucirema onde iriam acampar.

4. LUIZ: Acho que Carlos era um escriturário que tomava conta do almoxarifado do centro de saúde de São Vicente. Missão que recebeu como castigo após arrumar confusão em outros setores. Importante para a viagem/acampamento em Boiçucanga, afinal era o dono da barraca e do "carro" que deveria nos conduzir ao dito destino.

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Posso queixar - me de muitas coisas em minha vida, mas, jamais dos sinais. Se não vejamos: Uns 15 dias antes do Carnaval, estava andando por uma rua periférica do centro da “célula matter”* da nação quando vejo um Dodge Polara muito velho sendo conduzido pelo Luiz. Chamou- me a atenção o fato dele segurar o volante com a mão direita enquanto que com a esquerda erguida pela janela, levava uma garrafa de plástico com um líquido amarelo ligado por algo que parecia uma mangueira de chuveiro ao motor do carro. Ele parou, desceu, esbravejou e procurou reconectar a tal mangueira. Aproximei- me e cinicamente, confesso, perguntei:

- Tudo bem? - Ao que ele com certa felicidade disse sim.

- Acabei de comprar esse carro. Está com um probleminha na bomba de gasolina, mas coisa fácil de resolver.

- Que legal parabéns meu amigo, mas esse veículo está sem placa. – respondi.

Foi então que ele me olhou com desdém e rebateu:

- Só falta a da frente, a traseira está lá.

Diante disso despedi-me desejando boa sorte!

*São Vicente. Nota do Editor