A refeição do guerreiro
- Cafe e outras Palavras
- 23 de out. de 2020
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Estava ali queimado, cansado, morrendo de fome, de raiva e de saudade de casa. Mas, havia a esperança.
Afinal de contas eu senti que iemanjá ou outros deuses dos mares estavam ao meu lado.
Parti em busca da barraca.
Depois de muito procurar encontrei aqueles dois patifes se fartando de macarrão com salsicha, ou sardinha, ou mesmo, as duas juntas e misturadas. Abri mão momentaneamente do meu ódio, do meu refinado paladar e mesmo do bom senso e resolvi encarar aquele grude.
Só havia restado um pouquinho queimado no fundo da panela. Mas constatei mais uma verdade:
- A fome é o melhor tempero! - Para completar minha felicidade fui informado pelos canalhas que por ter sido o último a comer deveria lavar as louças.
Mais uma vez fui abençoado por Aquaman ou outro deus dos mares...
O córrego onde fui lavar a louça parecia um micro Rio Ganges. Alguns lavavam louça, outros, roupas.
Outros ainda se lavavam, escovavam os dentes. Pelo cheiro, deviam ter corpos insepultos por ali, mas havia um lado bom:
- Rolava drogas lícitas e ilícitas. - Peguei um copo e com minha cara de pau passei a compartilhar bebida com os alegres maloqueiros...
Caríssimo Vladimir, passados tantos anos...
Roberto Prado
Santa- Obsessão pelas divindades marítimas!!
Zequinha do Quatro