Clima eleitoral: frederico romanoff

Clima eleitoral para as eleições municipais de 2020: o local e o global, picuinhas do território e a possibilidade do jogo virar.

Domingo próximo são as eleições municipais de 2020. Neste pleito iremos escolher aquelas e aqueles que irão administrar as cidades brasileiras pelos próximos quatro anos. Mais uma eleição, mais vários programas eleitorais, mais várias discussões, mais... Acredito que podemos analisar a trama política através do aparato teórico que nos oferece a teoria psicanalítica: Id, Ego e Super Ego. Observando os debates deste ano são muito visíveis essas expressões psíquicas se manifestando na figura dos candidatos.

De um lado o Ego a esquerda que reclama melhores condições de existência, de outro lado aqueles que se colocam no lugar do Super Ego e se acham no direito de repreender as reclamações em nome de uma dita ordem... Nunca é de mais perguntar, ordem que beneficia a quem? Bem, sobra então o Id. Quem representaria essa força pulsante que habita em nós que os psicanalistas apontam como aquela responsável por nossos desejos mais potentes? Desejos que dão origem a chamada pulsão de vida, como também a pulsão de morte... Pois bem, talvez os extremos dos dois campos políticos majoritários possam ser representados através dessa expressão psíquica. Destacando-se a pulsão de morte junto aos candidatos da extrema direita. Bem visível quando falam, dentre outras coisas, das pessoas em situação de rua, identificando a questão junto ao âmbito criminal e não de saúde pública, como deve ser.

Ao que tudo indica teremos mais do mesmo... O circo está armado para que os caciques da mesma gestão dos últimos anos continuem a ditar as ordens de qual é o bairro prioritário para investimentos da vez. Bairro este que parece se repetir no programa de governo de diferentes gestões ano a ano. Mas não sejamos injustos! Parece que a atual gestão arvora ter feitos substancias investimentos na região mais empobrecida da cidade, tem até gente que supostamente lá vive que pode confirmar. Pois bem... Quem sabe qual é a verdade?

O caos político que vivemos desde meados da última década com os extremos sendo mobilizados no debate público parece dar sinais de arrefecimento. Como bem colocou o querido Roberto Prado, lá na nossa “matriz” nos EUA, um candidato identificado com as causas mais progressistas foi eleito a partir de uma coalização das forças progressistas que deixaram de lados suas diferenças e se unirem para enfrentar o populismo de direita. Será que esses ventos também soprarão no Brasil? Ainda é cedo para dizer, mas tudo indica que sim. A julgar pelos exemplos de outros países da América Latina como Argentina e Bolívia onde governos ligados aos movimentos progressistas retomaram o poder.

Enfim, as eleições do dia 15 serão um bom termômetro para vermos até onde esse movimento conservador e populista de direita ainda consegue capitalizar alguma expressão social. Do meu lado, deste que vos escreve, a torcida é pelo progresso do social, pela valorização da vida e pelo arrefecimento do debate político para uma vida com menos violência.

Paz!