Sextou!: roberto prado
- Cafe e outras Palavras
- 12 de fev. de 2021
- 2 min de leitura

Hoje sexta-feira de carnaval, pelo menos na folhinha, pelo menos deveria ser. Hoje, estranhamente para uma:
- Sextou!!!!, - As pessoas estão desanimadas, xoxas (ou chochas?). Pouco papo, pouco entusiasmo, quase um, pouco caso mesmo. Nada de “vamos sair depois e beber umas cervejas?” Um desânimo quase palpável...
Os mais velhos andam murmurando pelos cantos, quase aos prantos:
- Quando que quase no fim da vida trabalharia numa quarta-feira de cinza, e ainda por cima, o dia inteiro?
O desânimo grassa.
- É o fim do mundo. Reclamam os velhos.
- É o ragnarok - Debocham os estagiários. Uns pândegos 365 dias por ano...
Sem carnaval, sem o escape, sem o “pôr-para-fora-tudo-isso” anual, sem a catarse. Enfim...
E aquela grana economizada para a fantasia? Para o baile no clube, para a bebedeira com os amigos?
O mundo já se preparou várias e várias vezes ao longo dos tempos para o fim, nunca esperou um ano sem carnaval. Esperamos o grande de Cometa Halley, para tsunamis, terremotos, a chegada da sogra para passar o mês em casa, mas um ano sem tríduo carnavalesco?
Não!
Tinha colegas aqui no escritório, que a guisa de economia, estavam guardando “os confetes” dos furadores de papel...
- Para quê? - me/se pergunta, um deles com um saco de confere de papel sulfite na mão.
Pobre daqueles que se prepararam para emendar a sexta-feira com a quarta-feira – devidamente cansada para irem à Missa das Cinza – e ir trabalhar ainda com confetes e serpentinas pelo corpo. Todo o costume de uma vida adiado, deixado para o futuro (com tudo isso haverá futuro e vacina para todos?).
- Quem sabe no ano que vem. - murmuram cautelosamente uns otimistas...
Como nunca fui um vassalo do rei Momo, não me importo com o carnaval e nem a sua folia, mas tirar os dias de folga, isso sim é um crime.
Mas como o ser humano é essa coisa irredimível, a louca - já surtada com a notícia - da sala ao lado canta uma marchinha (um alá-lá-ôôôô!) rebolando na máquina da xerox enquanto digito essas mal traçadas linhas...
Muito boa a sua colocação.
Que tristeza...
Roberto Prado.
Pessoas mudam, costumes são criados e desfeitos e aí está mais uma prova disso. E deixa a refletir por quê não fizeram isso um ano atrás e não deixaram as portas abertas para a contaminação.
O Carnaval ,também vejo como uma catarse.
Quantas lembranças de "outros carnavais"?
Rose Tayra.
Nunca pensei na vida em ficar sem o carnaval, muito por conta de seu feriado, a festa eu dispenso!
Anônimo