Tempestade de Natal: marcelo lemos
- Cafe e outras Palavras
- 18 de dez. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 21 de dez. de 2020

Alva paisagem, enquadrada por meigos olhares – Coca Cola é isso aí!
Como tempestade, das mais furiosas, a data banha e lava os seres de seus personagens, revelando o homem e suas mazelas.
Nu, despido de si, encara as dicotomias entre o presépio iluminado por estrelas e sonoplastia angelical, o velhinho (que dizem não ser pedófilo) cercado de crianças com seu trenó LGBTS e a vida imperfeita do indivíduo, cheio de máculas e mágoas.
Esta obrigatoriedade da perfeição natalina revela como em um assalto, todos os anos, a vida miserável que o indivíduo carrega dentro de si. A família, que não tem ou que na foto não se enquadra, ou que não se dá bem, ou até que a perdeu.
O dia máximo da confraternização e da sublime elevação, o revela solitário e pequinês.
O que estou dizendo sobre isto, que o natal é uma merda?
Não!
Como, com quase tudo, pouco se tem à haver com o fato e sim com sua expectativa.
Um “dia mágico”, não muda uma vida, mas uma vida, vivida, faz vários dias mágicos.
Natal, com seu imenso peru (a menos que sejas um assumido pervertido) não faz a felicidade de ninguém.
Como qualquer celebração, tens que ter algo a celebrar.
Que de hoje, até seu último suspiro, desejo-lhe, consigas fazer natal do café da manhã com teu companheiro(a). Da lambida do teu cachorro, do vento fresco que banha o quarto...
O Sagrado é dos símbolos mais fortes e universais para o homem, mas só tem sentido quando representa o melhor de seu cotidiano.
É isso Dilcinho. Logo vc saberá quem é o Zé das Couves...
Realmente surpreendente ! A abordagem do autor sempre supera a expectativa. Numa linguagem própria faz pensar, foge do convencional. Formidável ... cria ... questiona... sob uma ótica diferente ... claro e objetivo.