Um jabuti chamado Zé: armando júnior
- cafe & outras palavras
- 10 de fev. de 2020
- 1 min de leitura

De-va-gar…
ele caminhava como se andasse em campo minado, cuidando que, cada passo, fosse dado no único lugar possível longe de perigo…
De-va-gar…
Movimentava sua cabeça, lentamente, como se estivesse enxergando cada molécula das plantas, cada átomo das coisas, escaneando cada partícula do universo ao seu redor…
De-va-gar…
Alimentando-se de um naco de pepino esquecido no solo… abria sua bocarra lentamente, e com a demora no movimento, parecia então que abriria infinitamente ela. Apesar da imensa abertura de sua boca, abocanhava pequeninos pedaços do alimento, como quem degusta uma iguaria rara em fino restaurante…
De-va-gar…
Percebendo-me próximo, encolheu-se por reflexo em sua carapaça, e aos poucos foi ressurgindo ao mundo externo, me encarando com olhar de curiosidade. me olhava sem piscar, como se me decifrasse completamente, então foi manobrando o tanque de guerra que habita, e saiu de cena…
Minutos depois descubro ele em um estreito corredor entre a geladeira e a pia da cozinha, que mal o acomodava… estava com as pequeninas pernocas estendidas, porém a sua cabeça, na escuridão do interior de sua pequenina casa… assim, ele dormia… De-Va-Gar.
…e lhe observando, me pus a DIVAGAR.
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