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As aventuras e desventuras de um par de dentaduras: marcelo lemos

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 29 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 31 de ago. de 2020



Esta, é mais uma daquelas história contadas por velhinhas,  que todos os dias às cinco da tarde se sentam para o seu chá... de cogumelo de bosta de vaca!

Era um vez um par de dentaduras. 

Desde seu nascimento, não se desgrudavam. 

Viviam felizes, sorrindo. Iam juntas para cima e para baixo, sempre exibindo seu sorriso 

exemplar.

Sua dona, muito orgulhosa delas, vivia a exibi-las, mostrando-as à todos que podia.

Embora conhecidas pelas alcunhas de Superior e Inferior, entre elas, isto não existia. 

Consideravam-se iguais,  irmãs, como de fato, as eram.

Certo dia, sua dona, as levou para passear e  no caminho, passou mal.

Levada à um  hospital, constatou-se que seu caso era grave.

A primeira medida tomada pela equipe médica foi isolar a paciente, separando-a de Superior e 

Inferior, as quais, nunca haviam ficado sozinhas .

Superior, a mais curiosa das duas, não se dando conta da gravidade do acontecido, resolveu 

explorar o local, conhecendo cada canto daquele enorme prédio, e seus curiosos personagens.

Neste momento, eis que chega aflita, a filha da paciente, que após tomar pé do acontecido, 

pega Inferior pelas mãos, junto com os pertences de sua dona, e os leva para casa. No calor 

dos acontecimentos, a filha, não se dá conta da falta de Superior, que a esta altura, já 

encontrava-se deslumbrada com tamanho evento. 

_ É grave, gravíssimo!

Passam-se dias de muita tensão, quando de repente, a filha se lembra de Inferior. A procura 

por todos os lados, pergunta na vizinhança e nada.

Chorosa e já na certeza que nunca mais viria Inferior , eis que a encontra no mesmo lugar onde 

a deixou , três dias atrás, quietinha como uma criança bem educada, esperando o retorno de 

sua dona.

A filha chorou, a abraçou  e jurou que nunca mais ia cometer  tal relapso. 

Passado mais alguns dias, a dona, já transferida para um hospital maior, aos poucos recobra 

sua consciência e logo pergunta por suas pupilas.

A filha gela! 

- Superior não está com a senhora?

- Não, não está. Acordei e não vi nem Supeior nem Inferior.

- Inferior está em casa, ansiosa para vê-la. Desde que a senhora  veio para o hospital, a vejo quieta, 

no canto e quando me vê, o máximo que dela consigo é um meio sorriso. Está sentindo muito 

sua falta.

- Traga-a o mais rápido que puder, mas antes, pelo amor de tudo que é mais sagrado, procure 

Superior. 

A filha, assim fez.

Novamente, procurou-a em todo hospital, falando com todos que encontrava, se haviam visto 

superior. Nada.

Voltou a sua casa, revirando tudo, tentando lembrar,  se estava junto com Inferior no dia que 

sua dona passou mal.

Lembrou-se. Ficou no primeiro hospital!

Ligou para lá, falou com a responsável, que rindo disse que Superior  estava em seu escritório, 

comportada, mas olhando tudo com muita curiosidade. 

Imediatamente, a filha, buscou-a e a levou ao encontro de sua irma e sua dona.

Foi emocionante!

Nunca se viu tantos sorrisos...

Depois disso, sorriram felizes para sempre.

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