Curitiba - rio de janeiro:roberto prado
- cafe & outras palavras
- 2 de set. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de set. de 2019

...e depois de bebermos a noite toda esperando o ônibus para Curitiba acordamos na Avenida Brasil, com direito a banda e desfile patriótico, afinal era o sete de setembro.
Acordamos nas poltronas ao som de clarins, bumbos e espanto. Afinal não íamos a Curitiba?
Pois é o álcool...
Aos poucos nossa mente foi clareando e começamos a nos lembrar do que aconteceu na noite anterior. Ficamos pelo centro da cidade bebendo e fazendo hora, pois o ônibus só sairia à meia-noite. Chegada a hora fomos ao guichê. Entramos na fila, e quando faltava apenas uma pessoa à nossa frente, eis que ela, a madame, começa a bater boca e fazer escândalo: ato contínuo, nos dirigimos ao guichê mais sossegado, compramos as passagens, entramos, nos sentamos e “morremos” só acordando na segunda linha desse texto.
Descemos na rodoviária. Perdidos, resolvemos tomar um barco para Paquetá, já que não íamos mais nos encontrar com o Cláudio (o amigo que nos esperaria por muito tempo lá em Curitiba), seguimos para conhecer a Pedra da Moreninha... (nunca fui muito fã do Zé de Alencar, depois disso fiquei menos ainda).
Desembarcamos assim: eu aterrorizado com os passageiros – e quem me conhece sabe a que estou me referindo, - e o Vadinho com fome. Andamos pela Ilha por quase uma hora. Nada vi por lá que me comovesse. Resolvemos voltar para o Rio, mas não naquele barco – de jeito nenhum eu voltaria a por meus pés e o resto de desse corpo simpático naquele barco!
Voltamos numa espécie de lancha de alta velocidade, que me lembrava o desenho animado Johnny Quest - cujo nome e tipo se apagaram com o passar do tempo, e ponham tempo nisso...
No meio do caminho, olhando para o céu vejo um cidadão de braços abertos e o Vadinho diz:
- Aquele é o Redentor!
E lá fomos nós para lá conhecer o Cristo Redentor. A fome já nos comia pelas beiradas. Aos trancos e barrancos chegamos ao Cosme Velho[1]...
Aos pés do Redentor, nos informaram que para subir deveríamos “lotar” um fusca, mas há algo mais fácil de fazer que lotar um fusca? Se você leitor estivesse lá naquela época (depois confirmarei a data com o “Memorioso”) descobriria que os motoristas de lá dão um novo conceito à palavra “lotar um fusca”.
Depois de um curto pensar, resolvemos não ir, e fomos à procura da Rua Nascimento e Silva 107 [2]. Mas como sair de um lugar que não conhecíamos? Fácil, usando de minha lógica.
Vi numa placa o nome da rua em que nos encontrávamos: "Avenida Pinheiro Machado". Então lhe disse do alto de tanto saber!
- Amigo Vadinho, Pinheiro Machado é canal hum, e canal hum dá na praia, sigamos!
Fomos parar na Praia Vermelha. Quanto à Rua Nascimento e Silva 107? Não encontramos. E ficamos devendo mais uma visita...
Resolvemos almoçar, afinal estávamos ainda com as cervejas da noite anterior e um cafezinho de uma padaria carioca. A essa altura dos acontecimentos, minha velha gastrite, batizada carinhosamente pelo Vadinho de “Irene”, manifestara-se na forma de estomatite, e minha boca e garganta eram só aftas, que doíam - até a saliva causava dores.
Entramos num restaurante de frutos do mar, pedimos filé de pescada e caipirinha, a “Irene” surtou de alegria, cada porção da comida era uma dor, só “anestesiada” pela caipirinha de vodca[3], é bom frisar.
Esqueci-me de comentar uma bobagenzinha bem besta: chovia desde a hora que pusemos nossos pés na “Cidade Maravilhosa”
Cansados revolvemos voltar.
Chegamos à cidade e estado errados às oito horas da manhã, e voltamos de lá às quatro horas da tarde.
[8] O Velho Machado morava lá!
[9] Culpa do Tom Jobim
[10] Vadinho só tomava caipirinha de vodca coada
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