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Eu & todos os meus eus: roberto prado

  • Foto do escritor: Cafe e outras Palavras
    Cafe e outras Palavras
  • 12 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Após atender ao interfone, desci imediatamente.

Mal saí do elevador, ainda no hall de entrada, eu a vi, e resoluto, dirigi-me a ela. Quando ela inclinou-se em minha direção puxei a faca e a enfiei em seu estômago. Seus olhos arregalados é uma imagem que nunca mais quero esquecer. Ela curvou-se, peguei-a pelo pescoço e arremessei-a em direção ao balcão da portaria, na casinha dos porteiros. Quebrei seu nariz e alguns dentes. Uma baba grossa e vermelha, mistura do sangue do nariz e das gengivas machucadas escorria-lhe pela cara e seguia em direção ao ralo.

Então estrebuchou e morreu, uma pena, muito rápido.

Saí do elevador, já no hall da entrada e a vi, detesto-a, ela me viu, inclinou-se para me cumprimentar, eu a odeio, ela estendeu-me a mão, puxei-a com força, e a joguei contra a vidraça da guarita dos porteiros. Ela machucou-se nos cacos de vidros, antes que pudesse esboçar algum movimento puxei-lhe os cabelos e esfreguei sua cara contra a parede, deixei um risco em comprido de sangue, acabei com seu nariz, ela começava a tentar a gritar, joguei-a no chão e chutei-lhe a cara. Acho que o seu nariz afundou no crânio... Não parei para prestar atenção, e pus-me a chutar suas costelas e até eu perder o fôlego...

Estou ficando velho.

Abri a porta da frente, saquei a faca.

Arremessei a faca.

A faca atravessou o espaço entre nós.

A faca entrou em seu olho esquerdo.

Ficou feia aquela cena...

Ela logo caiu ao chão.

Dessa vez não teve graça.

Errei, admito.

Foi quase indolor...

Mal saí do elevador, vi aquela amaldiçoada. Nem esperei que ela, com aquele sorriso de plástico, tentasse me cumprimentar, peguei a vassoura dos faxineiros e arrebentei o joelho esquerdo dela. Gritou mais com o susto que com a dor. Caída nem teve tempo de gritar, com a vassoura arrebentei-lhe a cabeça. O melado e a massa cinzenta daquela gananciosa escorreram em direção ao ralo...

Aos poucos e tardiamente ela cumpria a sua sina.

Essa maldita merece morrer mil vezes...

Do hall eu a via.

Ansiosa, ela espera ver a irmã, não eu.

Que surpresa!

Ela sorriu amarelo, inclinou-se, ofereceu o rosto para um cumprimento. Esbofeteei-a com força tal que sua cabeça quase girou 360 graus, agora sim ela sabe o que é uma surpresa... Tonta, tentou equilibrar-se, não conseguiu e um murro, agora na base da nuca, a fez perder a consciência antes de chocar-se na parede. Se fosse de borracha não teria sido rebatida de volta ao meu punho tão rápido. Puxei a faca e záz, corte rápido no pescoço e o sangue corria em direção ao ralo...

Mal a porta do elevador abriu-se eu a vi.

A faca coçava em minha mão direita. Segui em sua direção, ela inclinou-se para mim, a faca a interceptou. Entrou-lhe pelo queixo, atravessou-lhe a língua – nunca mais falaria em dinheiro - chegou ao palato. Ela, ainda assim, conseguiu grunhir um arremedo de uivo. Raposa invejosa! Soquei-lhe a barriga, ela começou a dobrar-se sobre si mesma, puxei-lhe os cabelos em direção à parede de ladrilhos brancos. Eu ouvi o som oco do crânio partindo, um som bom, gostoso, acho que sorri...

Ela caiu morta.

Do olhei para o hall de entrada, via-me, sem qualquer estranhamento, saindo do elevador. Abri a porta para eu passar, sorri para mim e mostrei-me a mim mesmo o cadáver da miserável... Quando ia dizer-me alguma coisa a porta do elevador abriu de novo.

Era eu vindo com um cutelo na mão.

Eu ajudado pelos meus outros eus comecei a esquartejar a desgraçada...

Todos os meus eus convergiam.

Seus membros eram separados com precisão cirúrgica. Seccionamos cada dedo, cada falange, as unhas tratadas e vermelhas dessa vaca ávida dos bens alheios confundiam-se com o seu sangue. Acho que não faríamos um frango a passarinho tão bem cortado. O sangue brotava, o sangue fluía, aquele sangue ralo, doente, manipulador e ganancioso escorria para o ralo...

Então...

Atendo o interfone e arrebentando-o contra a parede e falo à minha mulher:

- Sua irmã está lá embaixo!

1 Comment


cafe & outras palavras
cafe & outras palavras
Aug 12, 2020

Esse conto é muito bom.


Victoria

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