Harmônica elegância: marcelo lemos
- cafe & outras palavras
- 21 de out. de 2019
- 1 min de leitura

Não é raro ter-se muita admiração pelo trabalho de um artista e quando o conhecemos pessoalmente, esta se embaça pela sua forma afetada e egocêntrica de lidar com o mundo.
Ontem, tive o privilégio de conhecer pessoalmente uma anti-celebridade.
Sempre admirei Maurício Heinhorn por sua extensa e qualitativa produção musical e à partir de hoje, também por sua postura diante da vida.
Aos 87 anos, no palco, esbanja humor e simpatia, deixando claro, a todo o momento, o quanto é grato, por poder ainda estar fazendo sua música e pasme, pelas pessoas irem vê-lo tocar!
Ao termino do show, fui agradecer-lhe pela sua arte.
Este abriu um largo sorriso e beijou-me a mão.
– Eu que lhe sou grato!
Não tive outra reação, se não beirar-lhe a sua e pedir-lhe suas bênçãos.
Não basta o sujeito, na idade em que muitos já são objetos de permanentes cuidados, continuar criando refinamento em forma de música, ainda nos da lição de como sermos grandes e humildes, únicos e iguais!
Desde o tempo em que cobre minha memória, sempre me ouvi dizer que não possuía ídolos, pois, sentia-me enojado como as pessoas lidavam com seus cantores, atores e/ou políticos de preferência.
Por uma benesse ou displicência divina, Maurício não toca harpa, mas sua harmônica, com a qual, se torna farol de apurada estética e elegância, nesta longa noite de artes e infundadas celebridades.
Maurício Heinhorn, mais do que o maior gaitista vivo (isto em minha humilde opinião), é um exemplo vivo de sublimação da vida pela arte.
Nunca tive um ídolo, mas se o tivesse este o seria.
Obrigado Maurício!
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