Pobre Brás: roberto prado
- Cafe e outras Palavras
- 23 de jan. de 2020
- 1 min de leitura

pobre brás
tão sólido
tão branco e
ao mesmo tempo
tão sujo
de fuligem dos
trens
caminhões e
dos navios
que entram e saem
desse porto/cidade
pobre brás
além de sujo
tão mutilado
(por onde andam seus membros?)
pobre brás
que só toma banho
às véspera do
26 de janeiro
antes tivesses ido
direto pras índias
e deixado cá
as matas
os mosquitos
as febres
e os índios
a “encoberto” das
descobertas e achamentos
pobre brás
a meditar
- de que valeu tudo isso...
enquanto medita perdas & ganhos
as pedras portuguesas
das ruas e praças
são substituídas
por cimento queimado...
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