Um novo caso de: roberto prado
- Cafe e outras Palavras
- 16 de mar. de 2020
- 2 min de leitura

Caríssimo amigo.
Hoje, como de costume nos últimos meses acordei de sonhos intranquilos Primeira coisa que fiz, como ando fazendo a meses, foi acorrer ao espelho e ter certeza que não era uma barata. Aliviado, via-me com um homem não uma blattodea...
Aliviado, desci à cozinha para o café. (Por sorte já estava frio)
Já não havia mais ninguém em casa àquela hora; desde que começaram os sonhos alterei o horário de minhas refeições. Às vezes penso que o espelho possa estar me enganando...
Imagino que tais pensamentos sejam normais no meu caso, certo?
Espero que tenha dito sim...
Faço questão de tirar umas selfies quando estou comendo. Acredito mais na imagem do celular que no reflexo...
Após a refeição saio para o trabalho.
Pedi ao chefe para trabalhar no porão, o arquivo anda muito desordenado. E me sento melhor no escuro, meus olhos andam sensíveis à luz...
Lá posso me dedicar a mexer em papeis velhos, amarelos malcheirosos, bater carimbos, me perder nos labirintos subterrâneos da repartição.
Esses sonhos recorrentes andam tirando meu apetite e meu bom humor. Estou emagrecendo a olhos vistos, ando me alimentando de folhas, logo eu que nunca gostei de saladas, ando tão magro que logo passarei por debaixo de portas...
Prezado, tomei um desconhecido prazer nesses últimos dias, seja só:
Adoro passear nas feiras livres, principalmente após o meio-dia, quando os legumes, as frutas começam a fermentar e o caminhão o lixo começa seu serviço. Chego a parar quase em êxtase religioso, por longos minutos aspirando que aquele olor/aroma/fragrância (como qualificar?) no ar.
Responda-me, o quanto estou me deixando sugestionar pelos meus estranhos sonhos?
Propus-me sair com os colegas do escritório para bebermos, hoje é aniversário do Waltinho da contabilidade. Quero beber até cair – deixe a chave de casa com Waltinho, ele não bebe - quero me levem para casa, me joguem na cama. Quero entrar em coma alcoólico e adormecer sem sonhar, quero acordar com ressaca, com os olhos injetados de sangue e jurando nunca mais beber.
Aguarde nova mensagem amanhã. Onde hei de contar-lhe que acordei me sentindo um homem e não uma barata.
Até amanhã!
Difícil saber no que se tornará... já que a vida só nos dá migalhas
Obrigado Fedler.
Espero que não se sinta muito solitário como comentarista(único) da nossa Revista.
Abraços
Roberto Prado
Meu Deus, outro Gregor Samsa!
Dormir é um risco...
R.Fedler, esse freguês da Revista Café e Outras Palavras!