verme miserável: roberto prado

o autor segue, ainda, escrevendo com a bílis.

cava tua

cova

covarde entrincheirado

cava

cava

cobre-te de toscas e anacrônicas razões sem bases

(e muito estrume)

cava

cava um buraco sob tua cama

cava covarde

cava arauto do fim do mundo

cava

cava

cava seu imundo vazio

cava

cava

cava procura entre os vermes um irmão

cava

cava miserável órfão desse e nesse mundo que não tem sequer um gato para puxar pelo rabo

cava

cava

cava e entrincheire-te nas redes sociais

cava

cava

cava e nos túneis, cavernas, pregue o seu fim de “tudo isso que está ai”!

cava

cava

cava

cava e se afogue no álcool, sufoque-se no seu cigarro barato

cava tua cova (a)final

pois só no barro, na lama primordial você se encontrará

cava

cava

cava desças ao inferno...

que o demônio te recebas de braços abertos

(e tentes lá dar golpes contra tudo isso que esta lá...) idiota!